José Carlos Mello faz do protagonista Archibaldo o ponto de partida para contar as histórias de outros personagens. Ele, um professor aposentado, que passou boa parte de sua vida se dedicando ao estudo do teorema de Fermat, solitário, mas nem por isso infeliz, fica sabendo que seu irmão Adamastor, um homem idoso e doente, com quem não tinha contato há muitos anos, está morando novamente na cidade.
Envolto em memórias do passado, ele vai ao encontro do irmão no Hotel Versailles, um lugar excêntrico onde também moram outros idosos com suas histórias, às vezes doloridas, às vezes recheadas de humor. A partir daí, Archibaldo irá se deparar com sua própria história, relembrando sua infância e a admiração que tinha pelo irmão mais velho, além da convivência difícil com seus familiares e dos anos vividos nos bancos escolares.
Não encontrei o passado, tenho que voltar releva a impressionante capacidade do autor de criar personagens experientes lidando com medos, desejos, descobertas, perdas, alegrias e, principalmente, com os dilemas do envelhecimento, tais como a passagem do tempo, que se revela para alguns como cruel e para outros como um privilégio que só quem já caminhou bastante pode experimentar. O livro exige também do leitor se envolver em um mergulho profundo nas feridas expostas de certos personagens, como a do ex-padre e vizinho do protagonista da obra, que surrava o filho cotidianamente.
Editora: Octavo
Autor: José Carlos Mello
Preço: R$ 60,00
Preço Kindle: R$ 24,99
Pag: 238
Imprensa: Iara Filardi:
55 11 2352 – 0881 / 9 9318 3805
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